A nova polêmica que envolve a icônica montadora de motos dos EUA, HArley Davidson, foi a avalanche de denúncias que surgiram nas redes sociais americanas e na mídia, de que a empresa estaria voltando seus esforços e investimentos em atividades que estariam voltadas para aquilo que se denominou “cultura woke”.
A celeuma ganhou ênfase quando Robby Starbuck divulgou em seu perfil na rede X uma lista de atividades que a montadora de Milwaukee estaria promovendo, que vinham ao encontro à agenda Woke, especialmente políticas de DEI (Diversity, Equality, Inclusion).
A bomba explodiu e diversos perfis de redes sociais e canais de YouTube nos EUA passaram a reproduzir a investigação levada a cabo por Robby Starbuck, e uma avalanche de proprietários de Harley começaram a criticar a marca, chegando até mesmo a canais transmitindo proprietários que literalmente explodiram suas Harley Davidson em protesto às políticas do CEO, Jochen Zeitz.
Soma-se a isso o descontentamento dos proprietários, especialmente nos EUA, com os novos preços da montadora e uma crescente onda de revendedores que já conseguem mais cumprir as novas políticas de metas impostos pela Harley Davidson.
Toda essa movimentação das redes sociais, ecoou na mídia tradicional, que começou a repercutir caso a caso, o que acabou por fazer com que a Harley Davidson emitisse uma declaração afirmando que estaria se afastando da agenda Woke.
No Brasil, a declaração da empresa repercutiu nos perfis dos maiores entusiastas da marca e nos grupos de WhatsApp de proprietários dessas incríveis motos de Milwaukee, porém, aqui realmente não tivemos a movimentação que aconteceu nos EUA.
Na esteira da Harley Davidson, muitas empresas icônicas dos EUA, também pressionadas por seus mais fiéis consumidores, manifestaram o distanciamento da agenda woke nos dias seguintes à declaração da Harley. Uma delas foi a famosa fabricante de Tennesse Whiskey, Jack Daniel’s, que emitiu sua própria declaração no mesmo sentido.
Uma real mudança de postura da Harley Davidson?
Contudo, meios de comunicação norte-americanos, após alguns dias da declaração emitida pela Harley Davidson, manifestaram suas dúvidas sobre o real comprometimento da empresa.
A revista Chronicles: A Magazine of American Culture, publicou uma matéria no dia de hoje na qual coloca em dúvida se realmente a Harley Davidson tenha mudado de posição ou se somente tentou abrandar o calor das chamas de seus consumidores.
Em artigo assinado por Erik Root, a revista constata que a mudança na HD não aconteceu. Segundo Root, a “única coisa que o memorando prometeu foi que a empresa encerraria sua pontuação de DEI para a HRC - Campanha pelos Direitos Humanos, que defende os "direitos" LGBT+++. O restante do memorando foi propositalmente vago”.
“A empresa nunca prometeu acabar com a DEI e, certamente, não prometeu se afastar das políticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), das quais a DEI faz parte” – continua Root.
A Chronicles investigou o site corporativo da Harley e constatou que as políticas woke de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) e DEI permanecem intactas na empresa.
Root também revela que o CEO da Harley Davidson, o alemão Jochen Zeits, é co-fundador e defensor do B-Team, “um grupo radical de esquerdistas que querem acabar com as emissões de carbono no planeta”.
“O B-Team são promotores de um mercado mundial globalizado e controlado, como promovido pelo Fórum Econômico Mundial”.
Root ainda completa que, “apesar da afirmação autoproclamada de que as forças contra a política woke 'venceram', nada poderia estar mais longe da verdade. As políticas woke permanecem, não apenas na Harley-Davidson, mas também na Indian, entre várias outras corporações”.
Conclusão
A verdade é que essa discussão acabou chegando no Brasil só como um complemento às piadas entre fãs de Harley Davidson, comparando-se com os fãs da BMW, mas efetivamente, ainda não gerou nenhuma turbulência no mercado. Nada maior do que a própria política de preços da marca já não tenha gerado.
A marca ainda continua sendo o sonho de muitos motociclistas por aqui e não deixará de ser um símbolo que remete à liberdade e a um estilo de vida. Nada mudou para a maioria dos clientes da Harley Davidson no Brasil e, certamente, qualquer mudança de postura no posicionamento do marketing da empresa não irá gerar nenhuma mudança sensível, pelo menos nessa geração que hoje pilota essas grandes e belas máquinas.
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